Mauro Pandolfi
Pep
Guardiola! O nome que deixa nervosos os treinadores de futebol. Daqui e
de lá.
José Mourinho tem alergias ao ouvir o nome. Sofre derrotas seguidas nos
confrontos. Apanhou como o Real, o Chelsea, recentemente, com o
Manchester United.
Vanderlei Luxemburgo e Celso Roth tiraram o catalão para dançar. no
final de semana. Criticaram ferozmente o ousado técnico do Manchester
City. 'Marketing",
bradou o atual jogador de pôquer, profundo conhecedor de propaganda, de
venda de carros usados e
de outras vigarices da bola. "No lugar certo, na hora certa", afirmou o
'suposto' (como a imprensa gosta, quando há algo duvidoso) treinador do
Inter. Guardiola deve ter tido problema de insônia com a opinião dos
dois.
No
auge da decadência, Vanderlei Luxemburgo não respeita o seu passado.
Tocou o trombone durante a semana em vários programas esportivos. Falou
em corrupção na China, criticou Luís Felipe, brigou com Caio Ribeiro,
Cléber Machado e atacou Pep Guardiola. Só faltou dizer que inventou o
futebol. Foi por pouco. Mas, se considera o responsável pelo Penta. "Me
tiraram de lá quando fazia um trabalho fantástico. Eu montei aquele
time", disse Luxemburgo. A história contesta a versão. Como diz Mário
Quintana, 'a mentira é uma verdade que não aconteceu'.
Sobre
o catalão Guardiola, disse que ele é mais marketing do que técnico. "O
que é conquista? Ganhou títulos na Espanha. O Luís Enrique também ganhou
com o Barcelona. Foi para o Bayern, aprendeu a língua e ganhou menos
que um treinador de 70 anos (Jupp Heynckes), que venceu a tríplice
corroa e ele não ganhou", disparou. Luxemburgo foi um técnico inventivo,
inovador, ousado. .Mítico, um Macunaíma da bola. Formou um Palmeiras
inesquecível. e um Cruzeiro demolidor. Há anos virou um colecionador de
fracassos. Um mais terrível que o outro. A soberba não permite notar que
o seu talento virou lembrança de almanaque.
Douglas
Costa é um mísero item que diferencia Celso Roth de Guardiola. Garoto
no Grêmio, Roth o chamava de ...'Douglas Bosta'. Guardiola o tirou da
Ucrânia levou ao Bayern e o transformou no melhor jogador do campeonato
alemão. Analisar trabalho, pensares, condutas, conhecimento é
desproposital. Guardiola é sinônimo de futebol, uma síntese. Roth é só
um antônimo, antítese, um nada..
Não
sei se Pep Guardiola é um revolucionário. Não me interessa. Não ligo.
Com Guardiola redescobri o jogo que encantava o Maurinho. A beleza do
drible, das asas na chuteira, na bela expressão de Chico Kuneski, da
tabela, dos passes, do jogo inteligente, da magia. Com Guardiola, o
futebol é verso. Poesia onde Messi é o meu autor favorito. Os times de
Roth e Luxemburgo me lembram o programa 'Largados e pelados'. Não há
beleza, encantamento, pensar. Só a insana sobrevivência, o desespero, a
rudeza, a luta que só termina com chegada da equipe de salvamento. Às,
vezes é tarde. O time já respira o rebaixamento. E, eles vão em busca de
um outro otário. Sempre encontram.
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