quarta-feira, 15 de agosto de 2018

A Copa do mal



Chiko Kuneski

Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, é fazê-lo de uma vez só.” Maquiavel

Essa máxima de  “ O Príncipe” cai como uma luva para o futebol. O Jogo bem jogado, tático para o ataque, inteligente, com jogadores criativos em esquemas criativos, desmoronou em uma só competição. A Copa do Mundo da Rússia trouxe de volta o futebol belicista. A arte do jogo sucumbiu à “guerra” do jogo. O combate. O corpo a corpo. Os jogos ficaram defensivos, protegendo a retaguarda, aumentando a guarda. 

O balé das chuteiras aladas parado por uma artilharia de grosso calibre sempre com uma cobertura da cobertura. O futebol ficou destrutivo. É mais fácil fazer desmoronar. Como ensina Maquiavel para os governantes, o mal se faz de uma só vez de forma mais rápida. O veloz é esquecido; o lento é absorvido. O futebol é isso. O bom jogo leva anos, décadas até ser entendido e apreciado. O mal jogo com resultados é festejado com os títulos, sempre imediatos. A Copa mostrou isso. Nada foi construído. Ao contrário.

A Copa da Rússia chegou ao Brasil. Pelo menos nas competições com jogos eliminatórias, como os da Copa do Mundo. O futebol do “teatro de grama”, como define Mauro Pandolfi, já foi substituído pelo RPG. Os jogos viraram combates de defesas. O ataque é mero acaso.

Até times técnicos como Flamengo e Grêmio, ao meu ver os que tinham o futebol mais bonito de ser ver no primeiro sementes, antes da competição mundial, sucumbiram ao mal da Copa. Nos dois jogos “mata-mata” pela Copa do Brasil, com jogos eliminatórios, o bom jogo foi deletado. O teatro virou um o RPG de defesa para vencer a guerra. O mal da Copa da Rússia já foi feito e mais rápido que se esperava.

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