Chiko Kuneski
“Quando fizer o bem, faça-o aos poucos.
Quando for praticar o mal, é fazê-lo de uma vez só.” Maquiavel
Essa máxima de “ O
Príncipe” cai como uma luva para o futebol. O Jogo bem jogado, tático para o
ataque, inteligente, com jogadores criativos em esquemas criativos, desmoronou
em uma só competição. A Copa do Mundo da Rússia trouxe de volta o futebol
belicista. A arte do jogo sucumbiu à “guerra” do jogo. O combate. O corpo a
corpo. Os jogos ficaram defensivos, protegendo a retaguarda, aumentando a
guarda.
O balé das chuteiras aladas parado por uma artilharia de
grosso calibre sempre com uma cobertura da cobertura. O futebol ficou
destrutivo. É mais fácil fazer desmoronar. Como ensina Maquiavel para os
governantes, o mal se faz de uma só vez de forma mais rápida. O veloz é
esquecido; o lento é absorvido. O futebol é isso. O bom jogo leva anos, décadas
até ser entendido e apreciado. O mal jogo com resultados é festejado com os
títulos, sempre imediatos. A Copa mostrou isso. Nada foi construído. Ao
contrário.
A Copa da Rússia chegou ao Brasil. Pelo menos nas competições
com jogos eliminatórias, como os da Copa do Mundo. O futebol do “teatro de
grama”, como define Mauro Pandolfi, já foi substituído pelo RPG. Os jogos
viraram combates de defesas. O ataque é mero acaso.
Até times técnicos como Flamengo e Grêmio, ao meu ver os que
tinham o futebol mais bonito de ser ver no primeiro sementes, antes da competição
mundial, sucumbiram ao mal da Copa. Nos dois jogos “mata-mata” pela Copa do
Brasil, com jogos eliminatórios, o bom jogo foi deletado. O teatro virou um o
RPG de defesa para vencer a guerra. O mal da Copa da Rússia já foi feito e mais
rápido que se esperava.
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