Chiko Kuneski
Só podemos ser o que a
média quer que sejamos. Caminhamos para o fim da individualidade criativa por
conceitos de enquadramento dentro do politicamente correto. O falar, o agir, pensar e até o olhar está cada dia mais
controlado por uma ditadura social munida do punir a oposição. Seja de
conceitos, seja de ideias. O “é proibido proibir”, grito de liberdade do
Caetano Veloso conta a ditadura, virou é proibido ser diferente dos que se
chamam de diferentes. Tudo que seja uma expressão individual fora do padrão
politicamente correto tem que ser punido. Ás vezes até com agressões físicas.
Foi assim que o
politicamente correto se expressou e chegou mandando no futebol. Vias de fato.
O extravasar do gol agora precisa ter regras sociais de conduta, caso
contrário, adversários e, principalmente os “progressistas” comentarias
politicamente corretos, execram o artilheiro. Nada de gestos, nada de danças “ofensivas”
nada de declarações contundentes. Só é permitido proibir.
Em uma semana dois
Vinícius foram alvo desse policiamento social pela alegria de darem alegria para
suas torcidas. No jogo Flamengo e Botafogo, pela Taça Guanabara, Vinícius JR,
com um futuro promissor, faz um belo gol e sai fazendo gestos de bebê chorão,
uma alusão ao “chororô” do adversário em torneiro passado. Não podia. É proibido.
Não é politicamente correto. Jogadores adversários partiram para agredir o
jovem. Os comentarias criticaram
duramente a atitude “provocativa”. Vinícius JR estava apenas comemorando ao seu
jeito, moleque.
Mas a “molecagem” dos Vinícus
parece mesmo desagradar os politicamente corretos do futebol. Uma semana após o
jogador do Bahia com o mesmo nome fez o gol de pênalti contra o rival Vitória.
Para comemorar...dancinha terminando com o banido “crauuu”. Apanhou. Foi
puxado, seguro, esmurrado, chutado e, não bastasse, execrado pela mídia politicamente
correta por seu gesto. O desvio de conduta social não foi dos agressores, foi de
Vinícus por comemorar seu gol como comemorou outros antes, inclusive postando
vídeo nas redes sociais há um mês antes do fato.
Mas agora parece que no
campo de futebol não pode mais ter dancinha, gestos, provocações que fazem
parte da festa. O gol é um orgasmo, seja da torcia, seja de que marca. Querem
agora chegar até ao orgasmo politicamente correto? Na exacerbação dessa
ditadura social chegaremos ao ponto em que os jogadores ficarão estáticos
olhando atônitos o feito no "replay" do frio plasma com os torcedores “vibrando” com o
abanar insosso de bandeirolas com o
logotipo do politicamente correto, entregues na entrada dos estádios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário